A retração de consumo no mercado mundial e o dólar barato vão
fazer com que o Natal do brasileiro tenha mais alimentos importados. Os
supermercados ampliaram, neste fim de ano, em até 50% as quantidades de
alimentos comprados no exterior. No caso do bacalhau, o produto ficou 13% mais
barato em reais , já que o dólar caiu quase 25% em relação ao real.
Os dados foram levantados por pesquisa da Fundação Getúlio
Vargas (FGV), e os números sempre comparam com o mesmo período do ano anterior.
O Walmart aumentou entre 40% e 50% as quantidades
importadas de alimentos e bebidas em relação ao Natal de 2008. Nessa
lista estão frutas, chocolates e vinhos.
A Casa Santa Luzia também ampliou as quantidades de alimentos
importados: somavam 50% do total ofertado na prateleira do ano
passado e hoje são 55%.
O Grupo Pão de Açúcar, vice-líder do setor de supermercados,
aumentou em 25% os volumes importados de bacalhau de Portugal e da Noruega. A
expectativa é vender 2,5 mil toneladas de produto neste fim de ano, com um
preço 20% menor.
Enquanto o comércio amplia as compras de alimentos e bebidas
importadas para o Natal e até cogita a possibilidade de comprar importados de
terceiros para atender a demanda, o quadro é diferente nos itens não
alimentícios. Nesse caso, não há grandes acréscimos de volumes importados para
as festas de fim de ano porque não houve tempo hábil para que os empresários
aumentassem as compras.
Normalmente, as encomendas são feitas no exterior com pelo menos
seis meses de antecedência da data do desembarque do produto no país. Em maio
deste ano, por exemplo, o varejo não tinha uma noção clara dos efeitos da
crise, muito menos para onde iria a cotação da moeda americana.
Quando a crise estourou, em setembro do ano passado, o comércio
se retraiu e os produtos importados populares, normalmente da China,
encalharam. Por isso, os empresários do setor praticamente não compraram
produtos no exterior para este fim de ano.
As informações são
do jornal O Estado de S. Paulo.
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